As estruturas terciária e quaternária da desoxihemoglobina (forma T ) estão estabilizadas por 8 pontes salinas entre as cadeias laterais de vários aminoácidos e os grupos carboxilo e amino terminais das cadeias alfa. Carregue para ver num esquema os aminoácidos implicados.

· Pontes salinas entre as cadeias alfa₁ e alfa₂.

O grupo carboxilo das Arg₁₄₁ (o aminoácido carboxilo terminal) forma uma ponte salina com o grupo amino das Val₁.

Ademais, os grupos guanidinos das Arg₁₄₁ formam pontes intercadeias com a cadeia lateral dos Asp₁₂₆.

Nesta representação de bolas e varinhas pode apreciar melhor a interacção dos três aminoácidos, a Arg₁₄₁ da cadeia alfa₁ e a Val₁ e o Asp₁₂₆ da cadeia alfa₂. Do resto da molécula só se mostra o esqueleto peptídico das cadeias alfa.

·Pontes salinas entre as cadeias alfa e beta.

Os grupos carboxilo das His₁₄₆ (os aminoácidos carboxilo terminais das cadeias beta₁ e beta₂) formam pontes salinas com  os grupos amino das Lys₄₀ de as cadeias alfa₂ e alfa₁.

As cadeias laterais das His₁₄₆ formam por  sua vez uma ponte com o carboxilo das cadeias laterais dos Asp₉₄ da mesma cadeia beta.

Nesta representação de bolas e varinhas se aprecia melhor a interacção entre os três aminoácidos, a His₁₄₆ e o Asp₉₄ da cadeia beta₁ e a Lys₄₀ da cadeia alfa₂. Carregue  aqui para ver as fórmulas dos aminoácidos His₁₄₆, Lys₄₀ e Asp₉₄.
Observe que a ponte entre o carboxilo do Asp₉₄ e o anel imidazol da His₁₄₆ requer que este último esteja protonado.

As pontes salinas que estabilizam a desoxihemoglobina (forma T ) se rompem após se produzir a união do oxigénio (forma R). Tomemos como exemplo a ruptura da ponte His₁₄₆-Asp₉₄.

Na forma T, como já tínhamos visto, a conformação das cadeias beta permite que a His₁₄₆ e o Asp₉₄ formem uma ponte salina. A união do oxigénio produz uma mudança conformacional que quebra a dita ponte. Uma consequência é a diminuição do pK do grupo imidazol da His₁₄₆, o qual produz a libertação dum protão (Efeito Bohr).